O foguete Longa Marcha 5B partiu do centro de lançamento de Wenchang no dia 5 de maio de 2020, com objetivo de colocar no espaço um protótipo de cápsula orbital similar à Dragon, da empresa SpaceX.
Após a cápsula entrar em orbita, o 5b permaneceu no espaço por quase sete dias, caindo lentamente dia após dia. Se tudo corresse como planejado, o resto do foguete deveria arder sobre o Atlântico e se desintegrar, mas a grande massa do Longa Marcha resistiu à alta temperatura e não se consumiu totalmente, atingindo o solo na região da Costa do Marfim.
Este é o maior objeto a reentrar na atmosfera da Terra desde a estação soviética Salyut 7, em 1991.
O mapa acima, elaborado pelo site de rastreio de lixo espacial Satview.org mostra a última orbita do Longa Marcha 5B. O símbolo do alvo indica onde iniciou a ruptura da estrutura, a cerca de 114 km de altitude, às 12h34 pelo horário de Brasília. Como podemos observar, cerca de treze minutos antes o foguete sobrevoou a cidade de Nova York. No mapa, cada pontinho equivale a 1 minuto.
Na costa do Marfim, moradores de diversos vilarejos relataram ter vistos misteriosos objetos metálicos caindo do céu, entre eles cano de 12 metros. Um dos fragmentos atingiu uma pequena construção, danificando parte do telhado.
Outros parâmetros de grande importância são o fluxo solar e a interação gravitacional exercida pelas montanhas e oceanos.
Os valores calculados podem divergir bastante, dependendo do momento em que são calculados e da validade dos elementos orbitais
que se tenha à mão. Normalmente, para reentradas programadas de foguetes ou naves não comandadas, o erro pode ser de até 5 horas,
para mais ou para menos, do momento previsto, o que aumenta as incertezas da localização da queda.
Até mesmo as naves tripuladas, como as Soyuz, que trazem de volta à Terra os cosmonautas russos, têm sua posição de reentrada estimada com margem de erro,
fazendo com que aterrisem em locais muito distantes do previsto, que em alguns casos superam 700 quilômetros.
A altitude nominal do rompimento é de 78 km, mas satélites de grande porte que têm estruturas maiores e mais densas conseguem sobreviver por mais tempo e se rompem em altitudes mais baixas. Painéis solares são destruídos bem antes, quando os satélites ainda estão entre 90 e 105 km.
Por outro lado, se um componente é feito com material muito resistente, que necessita de altas temperaturas para atingir o derretimento, pode resistir por mais tempo e até mesmo sobreviver à reentrada. Entre esses materiais se encontram o titânio, aço carbono, aço inox e berilo, comumente usados na construção de satélites.
O maior problema relacionado à reentrada de lixo espacial é com relação a composição química residual, que dependendo do componente que sobreviveu à reentrada, pode conter material extremamente tóxico, como por exemplo a hidrazina, utilizado como combustível ou até mesmo material radioativo, usado na geração de energia elétrica.