Para se ter uma ideia do uso cada vez maior dessas estufas, de acordo com algumas estimativas a plasticultura é responsável por mais de 3% das terras agrícolas da China. Coreia do Sul, Espanha e Turquia também usam quantidades cada vez mais significativas de plástico nas suas estufas.
A transformação de algumas paisagens rurais é tão grande que as feições podem ser observadas facilmente do espaço, através de imagens de satélites. Nestas imagens, registradas pelo satélite Landsat 8, por exemplo, podemos ver essas estruturas ao redor das cidades turcas de Demre e Kumluca.
Na cena, o satélite Landsat 8 observou esta parte do sudoeste da Turquia em 19 de maio de 2021, onde vemos muitas estufas construídas com plásticos opacos ou translúcidos que parecem brancos à distância. Em contraste às terras agrícolas abertas são vistas em tons marrons enquanto as florestas são verde-escuras.
Imagens de satélites mostram que pelo menos 772 quilômetros quadrados de terra na Turquia são cobertas por estufas. Isso coloca o país na quarta posição mundial no cultivo por estufas. Nesta região, os tomates, pimentões e pepinos são comumente cultivados em estufas plásticas.
As estufas não são a única maneira dos agricultores usarem plástico. Quando colocadas em fileiras de plantações, folhas finas de cobertura plástica são frequentemente usadas para proteger as plantas de pragas e ervas daninhas, além de reduzir a água necessária para irrigação. De acordo com um levantamento, as coberturas de plástico cobrem até 13% das terras agrícolas da China, tornando o país o maior usuário de plástico agrícola do mundo.
Embora os plásticos ajudem na produção agrícola, seu uso generalizado pelos agricultores levantou preocupações sobre os impactos ambientais e a sustentabilidade. Os plásticos produzem poluição tóxica do ar quando queimados e se decompõem em microplásticos que geralmente acabam nos solos e na água, de acordo com um relatório de 2021 da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO.
A demanda global por plástico agrícola deve aumentar ainda mais nos próximos anos, aumentando de 6,1 milhões de toneladas em 2018 para 9,5 milhões de toneladas em 2030, segundo os autores do relatório.