A missão TOPEX/Poseidon é uma iniciativa da NASA e de agências espaciais parceiras e desde 1992 voaram uma série contínua de satélites que usam altímetros-radar para monitorar a topografia da superfície do oceano, especialmente o shape vertical e a altura do oceano. Para fazer isso os altímetros-radar enviam continuamente pulsos de micro-ondas que refletem na superfície do oceano e retornam ao satélite, que calculam o tempo que levam retornar, ao mesmo tempo que calculam a localização precisa do satélite no espaço. A partir dessas informações os cientistas derivam a altura da superfície do mar diretamente abaixo do satélite.
Desde 1992, cinco missões com altímetros semelhantes repetiram a mesma órbita a cada 10 dias: TOPEX/Poseidon (1992 a 2006), Jason-1 (2001 a 2013), Ocean Surface Topography Mission/Jason-2 (2008 a 2019), Jason-3 (2016 até 2022) e Sentinel-6 (2020 até 2022).
As missões foram projetadas e construídas através de várias parcerias entre a NASA, o Centre National d'Etudes Spatiales (CNES) da França, a Organização Europeia para a Exploração de Satélites Meteorológicos (EUMETSAT), a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA. (NOAA).
Juntas, as equipes da missão montaram um registro unificado e padronizado da topografia oceânica que é equivalente ao trabalho de meio milhão de medidores de maré. O resultado é um registro de dados que agora é longo e sensível o suficiente para detectar mudanças globais e regionais no nível do mar além dos ciclos sazonais, anuais e decenais que ocorrem naturalmente.
Os dados coletados mostram que apesar dos constantes alertas, o nível médio do mar continua crescendo cerca de 3.99 milímetros.
“Baseados nesses 30 anos de dados, podemos finalmente ver o enorme impacto que temos no clima da Terra”, disse Josh Willis, oceanógrafo ligado ao JPL (Jet Propulsion Laboratory, da NASA) e chefe do projeto Sentinel-6. “Não temos qualquer dúvida de que a elevação do nível do mar causada pela interferência humana no clima supera os ciclos naturais. E isso está acontecendo cada vez mais rápido a cada década”.