O motivo da preocupação é que o vulcão Cumbre Vieja tem um dos seus flancos trincados e de acordo com alguns teóricos, caso ocorra uma explosão muito forte a parede oeste da montanha poderia ruir e despejar no Atlântico cerca de 500 bilhões de toneladas de terra. Se isso acontecer, geraria um mega tsunami que se espalharia pelo Caribe, Flórida e costas norte e nordeste do Brasil, além do oeste da Europa.
De fato, um desmoronamento súbito da parede ocidental da montanha poderia gerar uma catástrofe natural, mas essa hipótese não é compartilhada por todos os cientistas que estudam o vulcão. Modelos matemáticos mostram que o vulcão não tem condições de liberar energia suficiente para explodir o flanco e provocar um mega terremoto dessas proporções. Segundo os modelos, seria preciso colapsar ao mar pelo menos 2/3 do flanco instável de uma só vez e isso é teoricamente impossível.
Em 1949, uma violenta erupção fez o cume da montanha despencar vários metros dentro do oceano Atlântico, sem provocar qualquer tsunami. Estatisticamente, o vulcão apresenta fortes erupções a cada 250 anos e a última vez que ocorreu foi em 1971, também sem consequências.
O vulcão Cumbre Vieja tem 1949 metros de altura e é um dos mais monitorados do arquipélago das Ilhas Canárias.
O alerta mais recente foi dado em 13 de setembro de 2021, após os cientistas do Instituto Vulcanológico das Canarias (INVOLCAN)detectaram um enxame sísmico de mais de 350 tremores ao redor no parque nacional de La Palma, todos de baixa intensidade. No entanto, nos últimos dias foi observado um aumento significativo na intensidade dos eventos, alguns deles com magnitude maior que 3.0. Um evento de 3.9 magnitudes foi observado em 14 de setembro.
Redes de compostas por GPS e inclinômetros mostraram deformações de até 1,5 cm centradas sobre os aglomerados de epicentros.
O INVOLCAN observou que desde 2017, dez enxames sísmicos foram detectados em La Palma desde 2017. Um evento foi observado em 2017, um em 2018, cinco em 2020 e três em 2021. Os terremotos observados nestes enxames anteriores ocorreram entre 20 e 30 km de profundidade, contra 8 e 13 km dos atuais sismos, além de serem mais fracos.
No geral, os eventos observados atualmente estão se tornando mais rasos e os hipocentros atuais estão migrando ligeiramente no sentido oeste, mais próximos da fissura ocidental. De acordo com o boletim, o enxame sísmico está provavelmente associado à intrusão magmática.
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