Normalmente, além do ruído sísmico gerado pela movimentação natural da crosta terrestre, diversos outros ruídos não naturais são produzidos a cada segundo pela atividade humana. Juntos, esses ruídos produzem um turbilhão de ondas mecânicas que se propagam pela crosta e pelo manto terrestre e podem ser observados nos sismógrafos na forma de débeis sinais chamados "ruído de fundo".
Atualmente, devido às medidas restritivas de movimentação preconizadas pela Organização Mundial de Saúde, OMS, e acatadas pela quase totalidade dos países, pode-se observar que o deslocamento médio da crosta terrestre sob locais populosos sofreu uma espécie de "silenciamento", registrado pelos sismógrafos em todo o mundo.
O nível de deslocamento médio diário da crosta terrestre, considerando o ruído natural somado ao ruído humano, é de cerca de 70 nanômetros. Isso significa que em tempos normais o solo pode apresentar variação de posição de aproximadamente 70 bilionésimos de metro, entre torções e distanciamentos.
Entretanto, nos últimos tempos, desde que as cidades começaram a implantar a chamada "quarentena" e mais de 2 bilhões de pessoas não podem mais sair de casa, esse ruído sísmico de fundo caiu drasticamente, sendo que em algumas localidades foi observada uma redução de até 30% em relação aos dias normais.
De acordo com Thomas Lecocq, sismologista ligado ao Observatório Real, da Bélgica, “uma redução de ruído dessa magnitude geralmente ocorre globalmente apenas no Natal e por um curto intervalo de tempo”.