O James Webb Telescope, ou JWT, foi lançado da base Kouru, na Guiana Francesa, na manhã natalina de 2021 e desde então já efetuou diversas manobras importantes, entre elas a abertura da chamada antena oscilante, que inclui a antena parabólica de alta taxa de dados, que servirá para enviar, duas vezes por dia, os cerca de 28 Gbytes de dados que serão registrados diariamente pelo telescópio.
Embora esta parte da missão tenha sido realizada com sucesso, a etapa de registro de dados astronômicos ainda deve levar alguns dias para ter início.
O telescópio espacial levará cerca de um mês até atingir o ponto L2 de Lagrange e durante sua jornada se desdobrará lentamente, peça por peça, até atingir a configuração final. Isso significa que até lá centenas de peças articuláveis deverão operar exatamente como projetadas. Esses 30 dias estão sendo chamados pelos engenheiros como 30 dias de terror, pois uma única falha pode comprometer toda a missão.
Para entrar em operação, o JWT deverá atingir o chamado ponto L2 de Lagrange, um dos cincos pontos definidos em 1772 pelo matemático italiano Joseph-Louis de Lagrange. Neste pontos, interação entre massa e gravidade da Terra e do Sol se combinam para proporcionar um equilíbrio a um terceiro corpo de massa desprezível, no caso o JWT
O ponto L2 se localiza a 1.5 milhão de quilômetros, com a Terra situada exatamente entre o ponto L2 (onde ficará o telescópio e o Sol. É neste ponto que se localiza também o satélite WMAP - Wilkinson Microwave Anisotropy Probe.
A grande vantagem em se colocar uma espaçonave no ponto de Lagrange L2 é que nesta posição ela pode ficar quase totalmente parada e relativamente perto da Terra. Além disso, por L2 estar protegido pela Terra, a espaçonave sofrerá menos com as variações de temperatura, como ocorre com a Estação Espacial Internacional ou o telescópio Espacial Hubble.
Como Webb não sofrerá com os efeitos de mudança de temperatura, as distorções nos espelhos serão mínimas e ampliará a capacidade de observar detalhes extremamente delicados de objetos distantes.
Como o telescópio observará principalmente no seguimento do infravermelho, seus sistemas deverão operar em temperaturas extremamente frias, próximas a -220ºC. Para conseguir isso, o Webb carrega uma espécie de protetor solar de cinco camadas, do tamanho de uma quadra de tênis.