A operação aconteceu na segunda-feira (15/nov/2021), como parte do programa russo antissatélite (ASAT), que utiliza mísseis de orbita balística para interceptar e atingir satélites em até 700 km de altitude.
O objeto escolhido para o teste foi o satélite militar Tselina-D Cosmos 1408, lançado em setembro de 1982 como parte do projeto Tselina para espionagem detalhada de transmissões de rádio terrestres. O objeto, de cerca de 2 toneladas e estava fora de operação desde 1987.
De acordo com o site SATVIEW.ORG, Cosmos 1408 orbitava a Terra em orbita quase polar entre 544 km e 566 km de altitude.
A destruição do Cosmos 1408 gerou uma grande quantidade de lixo espacial 150 km acima da Estação Espacial Internacional, ISS, e obrigou os astronautas a se abrigarem no módulo de retorno Soyuz (também russo), acoplado à Estação.
Após o teste, as principais agências espaciais e governantes das maiores potências criticaram a operação russa, chamando-a de irresponsável por ter colocado em risco os astronautas e a própria estação, argumentando que o impacto de qualquer fragmento poderia danificar irremediavelmente a estrutura do complexo espacial.
É bom lembrar que a ISS orbita 150 km abaixo da orbita do Cosmos 1408 e um choque direto de algum fragmento em decorrência do impacto é praticamente impossível. No entanto, a grande quantidade de lixo espacial deixada pela operação pode representar um sério risco futuro, uma vez que esses detritos devem lentamente retornar à Terra e em algum momento cruzar o caminho da ISS.
Estima-se que mais de 2 mil fragmentos foram criados durante a destruição e podem levar dezenas de anos para caírem e serem absorvidos na atmosfera terrestre.