A foto foi feita em dezembro de 2019 e mostra a nebulosa M42, situada no interior da constelação de Orion. Os traços são reflexos do trânsito de satélites artificiais iluminados pelo Sol, que devido ao longo tempo da exposição fotográfica, aparecem como traços nas fotografias. Vistos a olho nu, são apenas pontos que se movimentam no céu.
É inegável o papel que os satélites têm no mundo moderno. Sem eles não seriam possíveis as comunicações em locais remotos e o sistema GPS simplesmente não existiria. Além disso, prestam inestimável serviço no campo da meteorologia, enviando dados e imagens de satélites quase instantâneos. Se os satélites, a análise de recursos naturais seria praticamente impossível.
Por outro lado, o aumento absurdo de satélites de orbita baixa observado nos últimos anos trouxe à baila um problema que poucos percebem, mas que implica diretamente no estudo e conhecimento do Universo. E a foto acima mostra exatamente isso: a interferência nas observações astronômicas.
Normalmente, o estudo óptico através de imagens necessita de longos tempos de exposição fotográfica para que as cenas possam revelar detalhes impossíveis de serem captados com apenas um clique. As imagens finais são resultados de diversas fotos que levam muito minutos para serem registradas e a passagem dos satélites provoca interferências ópticas que podem invalidar os estudos. Como exemplo, a foto acima é uma combinação digital de mais de 65 exposições, de 3 minutos cada uma.
Embora haja algum esforço para mitigar os efeitos da poluição satelital, como dotar os artefatos com escudos que diminuem os efeitos da reflexão de luz, não há alguma política internacional que oriente as agências espaciais a levarem em consideração os efeitos maléficos que suas frotas satelitais representa.
Satélites podem permanecer dezenas ou centenas de anos no espaço e sem uma política de orientação a observação astronômica a partir da Terra pode estar com os dias contados.