O resultado demonstrou que mesmo usando receptores similares ao do radiotelescópio Green Bank, com antena de 43 metros de diâmetro, nenhuma civilização extraterrestre situada em um raio de 10 anos-luz da Terra conseguiria, atualmente, detectar os sinais de micro-ondas vazados das torres de telefonia celular. O estudo também demonstrou que a partir da Terra não é possível detectar formas de vida alienígenas que vazem sinais semelhantes.
Entretanto, de acordo com o Mike Garret, cientista-chefe do Jodrell Bank Centre for Astrophysics, na Universidade de Manchester, a possibilidade não pode ser descartada.
Segundo Garret, os sistemas de telefonia ainda estão em sua infância e o desenvolvimento futuro dessa tecnologia, como por exemplo, o 5G e além, sugere que o vazamento de micro-ondas aumentará de forma exponencial, com potências emitidas cada vez maiores. "Se o vazamento de micro-ondas puder ser detectado, um observador extraterrestre poderia facilmente discernir os diversos detalhes da natureza do nosso planeta, bem como a distribuição de diversas tecnologias encontradas na superfície", explicou.
No entender do pesquisador, através do mapeamento do vazamento das micro-ondas as civilizações extraterrestres poderiam criar um modelo bastante avançado da Terra, mostrando a distribuição de terras, vegetação, oceanos e camadas de gelo, além da movimentação de massas humanas.
"Já li alguns artigos em que muitos colegas sugerem que a Terra se tornou cada vez mais silenciosa em termos de emissão de ondas de rádio nos últimos anos, mas essa é uma afirmação que sempre contestei", disse Mike Garret.
"Embora isso seja verdade quando o tema são as transmissões atuais de rádio e TV, o aumento significativo dos sistemas de comunicação móvel ao redor do mundo é extremamente profunda. De forma individual, as potências emitidas são relativamente baixas, mas o espectro integrado de bilhões desses transmissores é substancial".
Para o professor, alienígenas com equipamentos de escuta mais avançados teriam mais chance de captar os sinais vazados e as chances disso acontecer aumentam à medida que nossa própria tecnologia progride e as emissões aumentam.
"As estimativas atuais mostram que até o final da década teremos mais de cem mil satélites em órbita baixa. A Terra já é anormalmente brilhante no comprimento de onda das ondas de rádio e se a tendência continuar, poderíamos nos tornar prontamente detectáveis por qualquer civilização avançada com a tecnologia certa", finalizou Garret.