Com 33 metros de comprimento e pesando 22 toneladas, o objeto serviu como o primeiro estágio de propulsão do foguete Longa Marcha 5, que levou o primeiro módulo da futura estação espacial chinesa ao espaço, no dia 29 de abril de 2021. Algum tempo depois do lançamento o estágio não se comportou como o esperado e iniciou um processo de queda em direção à Terra.
De acordo com o diretor do Apolo11 e Satview, Rogério Leite, ainda é cedo para cravar quando e onde o corpo do primeiro estágio irá cair, mas não deve ser diferente do que os cálculos apontam. "Nossas melhores estimativas neste momento mostram que o CZ-5B R/B deve atingir o momento de ruptura às 23h26 de sábado, acima do oceano Índico, quando estiver a 120 quilômetros de altitude".
A previsão do Satview é bem próxima daquela informada pelo USstratcom (Comando Estratégico de Defesa dos EUA). O órgão militar aponta que o foguete deverá atingir o ponto de ruptura (momento em que um satélite em queda começa a se desintegrar) às 19h11 BRT, sobre o oceano Pacífico ocidental, ao leste da Austrália. A diferença entre as duas previsões é de cerca de 4 horas.
"Geralmente, o cálculo do USstratcom é bastante preciso e não difere muito do que nós projetamos com base nos dados orbitais que temos neste momento. Cálculos de reentrada são muito complexos, principalmente quando se trata de reentrada descontrolada como a deste foguete chinês", explicou Leite.
Considerando os cálculos feitos pelo Satview.org e pelo USstratcom, as chances do Longa Marcha 5 cair sobre o território brasileiro são muito pequenas. Tudo indica que o resto do primeiro estágio cairá sobre o Índico ou Pacífico leste, mas não se pode descartar que possa reentrar sobre cidades populosas, principalmente aquelas localizadas na Europa, Austrália ou costa leste da África.