Situado próximo à cidade de Tiel, o local é descrito como um enorme canteiro de obras do tamanho de quatro campos de futebol e apesar das escavações terem iniciado há cerca de 10 anos, somente agora as ruínas foram descobertas.
A geografia do local é descrita como três pequenas colinas recobertas por postes de madeira onde as pessoas eram enterradas. Estima-se que pelo menos 60 pessoas tenham sido ali sepultadas durante um período de 800 anos, enquanto outras 20 estavam enterradas em túmulos da área externa. A maior das colinas tem 20 metros de diâmetro e ao que tudo indica serviu como uma espécie de calendário solar.
Segundo os estudos, durante muitos séculos as pessoas se reuniram no local durante os solstícios para observar o alinhamento perfeito do Sol com os montes, ao mesmo tempo em que ofereciam os raios do Sol os restos mortais de seus antepassados, além de sacrifícios, objetos de valor e outras oferendas.
Ao redor da colina maior os cientistas encontraram uma espécie de vala rasa onde havia várias passagens. Cálculos e observações atuais mostraram que nos dias 21 de junho, durante o solstício de verão e nos dias 21 de dezembro, nos solstícios de inverno, os raios de Sol passam exatamente por essas passagens, justamente onde foram encontrados diversos restos de oferendas, entre elas esqueletos de animais, pontas de lança de bronze e crânios humanos.
Embora estruturas semelhantes tenham sido encontradas em outras partes da Europa, esta é a primeira vez que tal descoberta foi feita na Holanda.
Durante as escavações, os arqueólogos catalogaram mais de um milhão de objetos que datam da Idade da Pedra, Idade do Bronze, Idade do Ferro, Idade Romana e Idade Média. Nas partes do local que datam do início da Idade do Bronze foram encontrados cerca de 50 mil restos de ossos, 170 mil fragmentos de argila, 58 mil pedras naturais e 10 mil pederneiras.
Uma descoberta digna de nota foi a descoberta de uma conta de vidro verde, encontrada entre uma das sepulturas centrais. A análise mostrou que o objeto tem origem na Mesopotâmia, atual Iraque, situado a mais de quatro mil quilômetros de distância. Segundo os arqueólogos, isso pode indicar que essas duas culturas muito diferentes, separadas por milhares de quilômetros, estiveram de alguma forma em contato uma com a outra há mais de quatro mil anos.